No terceiro trimestre de 2024, o Banco Nacional de Angola (BNA) reportou a liberação de 1,2 biliões de kwanzas em crédito voltado à produção de bens essenciais e itens da cesta básica. Este montante, referente a 904 operações, corresponde a 17% da carteira de crédito dos bancos comerciais, demonstrando o papel essencial do setor financeiro no fortalecimento da produção nacional. Segundo o governador do BNA, Manuel Tiago Dias, o financiamento contínuo ao setor produtivo é um passo decisivo para a estabilidade econômica e segurança alimentar em Angola.

Além de promover a produção local, o crédito contribuiu para um impacto positivo na inflação, que recuou para 1,55% ao mês em outubro, com uma taxa anual em 29,17%, marcando uma desaceleração notável desde o início do ano. Esse ambiente favorável, conforme o governador, destaca a importância de investimentos na cadeia produtiva agrícola, essencial para a redução de importações e fortalecimento da autossuficiência alimentar.

Contudo, o setor financeiro ainda enfrenta o desafio de expandir sua atuação para as áreas rurais e aumentar o suporte ao agronegócio. O presidente da Associação Angolana de Bancos (ABANC), Mário Nascimento, reconhece a necessidade de uma maior presença da banca junto aos pequenos produtores, ressaltando que a criação de novas dinâmicas e parcerias com o agronegócio são cruciais para melhorar a produtividade agrícola e ampliar o alcance dos serviços financeiros em Angola. Este compromisso com a produção local reflete uma visão de crescimento sustentável e segurança alimentar que, quando apoiada por todos os agentes econômicos, promete um futuro mais próspero para o país.