Na conferência Angola Oil & Gas 2024, foi revelado que a demanda global por energia está prevista para dobrar até 2050, uma tendência impulsionada pelo crescimento populacional e pelo aumento da atividade econômica, especialmente em regiões em desenvolvimento. As discussões destacaram a importância estratégica do gás natural e a colaboração regional como motores para atender a essa crescente necessidade energética.

O Papel do Gás Natural e da Colaboração Regional:
Durante o evento, Mohamed Hamel, Secretário-Geral do Fórum dos Países Exportadores de Gás (GECF), destacou o protagonismo do gás natural, prevendo um crescimento de 36% na demanda até 2050. Isso posiciona o gás como a segunda fonte de energia de crescimento mais rápido, atrás apenas das energias renováveis, tornando-o vital para atender à demanda global e diversificar a matriz energética.

O contexto africano também esteve em evidência, com países como a República Democrática do Congo (RDC) e a Namíbia desempenhando papéis importantes na colaboração regional. A RDC, uma emergente produtora de petróleo, busca se beneficiar da experiência de Angola no setor de hidrocarbonetos para acelerar suas operações de exploração. Um exemplo disso é o recente tratado assinado entre Angola e RDC para governança e exploração do Bloco 14, onde a Chevron atua como líder técnica, orientando o cronograma de produção da RDC. Este tratado não apenas impulsionará a autossuficiência energética da RDC, mas também fortalecerá a segurança energética regional.

Namíbia e Angola: Parceiros para o Desenvolvimento Sustentável de Energia:
A Namíbia está na vanguarda do desenvolvimento de petróleo e gás na África, especialmente após as descobertas significativas na Bacia de Orange. Para maximizar esse potencial, o país tem colaborado ativamente com Angola, buscando reforçar seu desenvolvimento de campos petrolíferos, logística e fortalecimento de capacidades locais. Kornelia Shilunga, Vice-Ministra de Minas e Energia da Namíbia, enfatizou que a parceria com Angola é crucial para que o país navegue pelos desafios de um novo setor energético de maneira eficiente.

Essa colaboração estratégica entre Angola e Namíbia mostra a importância do compartilhamento de expertise, visto que ambos os países se posicionam para atender às crescentes demandas de energia da região, promovendo um cenário energético mais diversificado e sustentável para a África.

Desafios e Oportunidades no Setor de Energia em África:
Um dos grandes desafios enfrentados pela África é o acesso ao capital para fomentar a nova produção de energia. A Organização dos Produtores de Petróleo Africanos (APPO) está abordando essa questão por meio da criação do Banco Africano de Energia, uma iniciativa projetada para apoiar projetos energéticos regionais, incentivando o investimento no setor. A posição de Angola como um produtor líder de energia coloca o país em uma posição favorável para colaborar com nações como a RDC e a Namíbia, apoiando o desenvolvimento de suas capacidades e contribuindo para a segurança energética do continente.

Ao impulsionar a cooperação regional e adotar estratégias inovadoras para atender à crescente demanda, Angola, RDC e Namíbia estão definindo o caminho para o futuro do setor de energia na África, promovendo sustentabilidade e crescimento econômico.

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